Meio ambiente talvez, quem sabe, sobre só a metade?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Em quantas linhas, se resume uma reflexão? Rio + 20

Tema Em quantas linhas, se resume uma reflexão? A Produtividade está intimamente ligada à sustentabilidade e políticas sérias, tanto quanto, um magnífico relógio suíço, deste modo, equilibrando, garantindo e promovendo a segurança alimentar e a soberania. Para que tenha produção, precisamos ter conhecimento e estudos regionais, condições favorável e climática, que possam garantir a safra, e estas, envolvendo, crédito para o preparo da terra, plantio, colheita, qualificação de produtos, armazenamento, transporte e comercialização, tudo regulamentado conjuntamente por setores afins. Compromissos com a assistência técnica garantia de credito agrícola com incentivos fiscais, insumos, estradas, mercado e garantia de preço mínimo, seriam itens primordiais, para uma boa política territorial. Mas, evidentemente, tudo teria que estar devidamente interligado. O desenvolvimento sustentável a educação, com boas políticas sociais. Deve-se trabalhar com o que podemos produzir a baixo custo, com uma baixa percentagem de utilização de recursos naturais: Só para ilustrar, o exemplo a seguir, demonstra o quanto podemos ser egoístas, cruéis e perder muito, se não nos unirmos em um mesmo compromisso, para alcançar resultados, em um novo modelo de vida. A Bahia na década de oitenta, sofreu um grande golpe em sua economia, chegamos a ser o maior produtor de cacau do mundo. Quem possuía uma pequena fazendinha de cacau de 5 a 10 hectares, colhendo 1000 @, era considerado rico, quem tinha uma propriedade média de 10 a 100 hectares e colhia de 1000 a 5000 @ era considerado muito rico, e quem tinha fazendas de cacau de 100 a 400 h e colhia mais se 10.000 @ de cacau, arrotava riqueza e se achava dono do mundo. A partir de 1988, uma grave crise provocada pela vassoura de bruxa, assolou a região, o cacau vitima do bioterrorismo foi ao pó, vitima de articulações e más políticas, fomentada em bastidores a custo da miséria de produtores, por maus gestores, para desestabilizar políticas contrárias e garantir votos, para ganhar eleições. Anteriormente, a lavoura produzia com destaque, considerada como exemplo de cultura sustentável mundial. O sistema de cabruca era utilizado, (a floresta era apenas raleada e as arvores preservadas) a lavoura, era considerada como um dos melhores modelos de cultura agro-ecológicas produtivo do mundo, o cacau era a bola da vez, gerava muita riqueza, e exportavam para o mundo, mas, tinha algumas falhas graves, como a mão de obra do agricultor, desvalorizada, as ações sociais praticamente resumidas em precários atendimentos médico, para os trabalhadores rurais, o analfabetismo e a saúde, não tinham um atendimento adequado, tudo era feito precariamente, através de um sindicato rural patronal. Teriam que mudar esta realidade e ter seriedade, sentar discutir, saber ouvir e planejar, para mudar, com boas políticas públicas adequadas e discutidas de forma adequada, não sendo feito e os governantes olhando para seu próprio umbigo, veio o grande prejuízo. Após a cultura ter dado certo durante décadas, veio à atuação do órgão técnico. A maneira antiga e sustentável não servia mais, e foi substituída pela técnica autoritária, esta deu certo durante algum tempo: consistia em derrubar totalmente as florestas, que eram substituídas pelo plantio de bananeiras, em balizamentos, resultando no extermínio de todo o bioma da mata atlântica, hoje reduzido em apenas 6%, o restante foram parar nos fornos de carvoarias. Milhares de hectares e outros tantos milhões de hectares, transformados indiscriminadamente em metros cúbicos de madeira de lei, que também foram parar nas serrarias, para serem transformadas em pecas para a indústria e o restante da floresta, eram queimadas para a implantação da lavoura, eliminando a mata, animais, exterminados totalmente, a mata atlântica, órfã de uma política adequada, e com a omissão de órgãos de defesa de meio ambiente, que fechavam os olhos. A lavoura cacaueira também sérvia aos coronéis, que só enxergavam os lucros. Os técnicos por sua vez, eram convictos de sua sabedoria e não ouviam os saberes locais, era a técnica, que permitia a utilização de poderosos herbicidas, a utilização de organofósforados, o terrível pó de broca, que exterminava pragas e animais, mas também matava abelhas e pássaros existentes. Madeireiros desmatavam montanhas e vales, matas ciliares de riachos e rios, prejudicando a todos. O próprio homem da zona rural, que também era contaminado pelos herbicidas, tinha a sua longevidade comprometida, esta era uma técnica de extermínio. O “BBanco” instituição pública ignorou o assunto e nenhuma providencia foi tomada, aquela terrível praga, agora serviria de pretexto para novos empréstimos, queriam mais dinheiro, e financiaram a recuperação da lavoura, que sem sucesso, mais uma vez, acometeram-nos de dívidas os produtores, e até hoje nada foi resolvido. Tais produtores que ainda sonhavam com os bons tempos do cacau, que reinou durante décadas, agora se encontram endividado, estranhamente seus malfeitores ainda hoje gozam de bons empregos públicos. O cenário foi desolador, o cacau acometido pela vassoura de bruxa, parou de produzir, ouve a falta de dinheiro, pessoas foram desempregadas, alguns proprietários não tendo dinheiro, suicidaram-se. Milhares de pessoas trabalhadores rurais perderam seus empregos e foram parar em acampamentos a beira das estradas, era uma verdadeira crise. As cidades do sul da Bahia ficaram abandonadas e reduzidas a pequenos centros comerciais durante décadas, até que se recobrando vagarosamente a sua economia através de outras atividades, hoje vêm às mineradoras que avançam abruptamente nos recursos minerais, onde licenciamentos são concedidos aleatoriamente e avançam na construção de ferrovias milionárias e sem planejamentos. Que estes exemplos sirvam para que ao pensarmos em sustentabilidade, primeiro pensemos no meio ambiente ponderadamente, não custa nada perdermos um pouco de tempo para planejarmos e ganhar tempo, do que avançarmos abruptamente, cair e inviabilizar o nosso mundo. Equilibrar, observar escutar, perceber, analisar, aliar, avaliar os riscos, são atributos de uma nova proposta e faz parte de um novo modelo de mundo a ser estudado para um planeta sustentável com um ambiente saudável, que é quem paga a nossa conta. Atropelar, apressar, exigir, cegar, receber, gastar, desperdiçar, corromper, ações de um modelo de um mundo em direção à destruição, que é o que estamos vivendo agora, o mundo capitalista. Atenciosamente. Antonio Lourenço de Andrade Filho Ambientalista

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