Meio ambiente talvez, quem sabe, sobre só a metade?

sábado, 10 de setembro de 2011

Lamentos da Terra

Poema, lamentos da terra

O tempo é apenas mais um momento, mas quando se perde o momento, ficamos presos no tempo.


O vento uiva baixinho
Com sussurros e lamentos
E chega bem pertinho de te
Cochichando e chorando
Conta-te todos os teus segredos
Escondidos nas montanhas


Entre pedras e entre rochas
O riacho chora, ao rolar
Choram Lagrimas, águas de dor
Respingando-as, lá na terra
Molha o chão e cria musgos
Onde nasce a relva verde
Convidando-te a deitar-se

Um tapete, um leito vivo, esperanças
Deite, para que possa repousar
Não espere um novo dia
Até o sol clarear
Quem sabe tu acordas
E então se arrependerás



Lembrar-se-á da mamãe terra
E do Amor por teus filhos
Desde a aurora da criação
Oferecendo-lhe tudo enfim
Mesmo assim, tudo lhe tomarão





Você Parece tão distante
Que custo até a acreditar
Mesmo estando tão pertinho
Não consigo te tocar
Lanço apelos de socorro
Você parece nem ouvir


Lixos, Entulhos jogados ao chão
Destroços de montão fervilha
Chuvas que os levam para os rios
E atormentam as águas do mar
Alimento virtual... Animais mortos... Extintos
Enganados e mortos, estão
Ó! Quanta ingratidão


Se eu morrer, tu morrerás
Ainda que eu viva, tu agonizarás
Mas, lembrar-se-á de mim a cada dia
Eternamente, poderiam
Viver em toda a terra se se preservar
Lembre-se que aos pouco, mim matastes


Chorei, em fogaréus
Tremendo em terremotos
Afogando em maremotos
Deslizando sob os céus
Soterrando os teus corpos
Em terríveis vendavais

Queimando nas minhas entranhas
Como fogo de vulcão
Ao cunho de machado
Ou a golpes de facão
E o rasgão dos arados
Desmatando em erosão

Sob as esteiras dos tratores
Toda a vida destroçou
Por mais que vós tivestes motivos
Justificar! Pode Ser tarde demais
Reverenciou-me todo seu egoísmo
E nada a te restará neste chão

Amanhã, cairás sob a tua própria cova
E não te salvarás da lapide fria
Lembrar-se-á de mim em teu tumulo
Pois onde tu estiveres
Sempre, Estarei sob vós
Do pó vieste, e ao pó voltaras

Mas porque de mim não cuidou
Jamais renascerás
Viestes nus, a mim
E nus voltarás
Adeus... Ou até logo... Ti escolherás.


Antonio Lourenço de Andrade Filho

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