Moção de Repúdio
Peço aos representantes indígenas que se fazem presentes neste congresso que participem das decisões com bastante atenção, pois um evento desta envergadura não poderia deixar de ser divulgado com pelo menos trinta dias de antecedência, o que não aconteceu, pois os principais envolvidos, os Povos Tradicionais, os Povos Indígenas e os Quilombolas, geralmente moram em áreas inacessíveis e longínquos pelo Brasil afora, tendo muita dificuldade em deslocamentos desta natureza.
Tratando-se de um Congresso Internacional para tratar dos Direitos dos Povos e das Comunidades Tradicionais, de suma importância neste momento, pois nos últimos anos observamos muitas mudanças nas leis através de votações nas PECS por deputados da bancada ruralista, que em sua maioria quer beneficiar apenas o agro negócio e as grandes empresas construtoras e grandes autarquias. Seria muita ingenuidade não pensar que houve má fé, dos que não gostariam de ver a presença maciça destas lideranças e defensores desta causa neste congresso, visto que os diversos interesses do país tem se mostrado contrário aos interesses aos povos indígenas. Estes, sabe-se que marcam uma forte presença nestas reuniões.
A divulgação ficou a quem da participação democrática e os principais interessados e prejudicados, serão as comunidades indígenas que não opinaram de forma consistente como deveria opinar em um assunto de tão grande relevância, quando muitos só receberam o e-mail do convite sobre o congresso, praticamente com 24 horas de antecedência, no dia 23 de Março de 2014, sendo considerada uma tremenda falta de respeito a estas pessoas que deveriam realmente opinar na conquista de seus territórios e nas garantias de leis existentes, desta forma, não poderiam estar aqui represntativamente, e os principais interessados certamente votarão em seus benefícios.
Antonio Lourenço de Andrade Filho
Ambientalista e defensor das comunidades indígenas
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