Meio ambiente talvez, quem sabe, sobre só a metade?

sábado, 14 de abril de 2012

SOS ao equilíbrio, carta aos senhores inquilinos da Terra. Conferência Rio + 20

SOS ao equilíbrio, carta aos senhores inquilinos da Terra.
Senhores e senhoras conferencistas, bom dia? Sei que é de suma importância discutir políticas públicas para um Brasil melhor, mas, peço-lhes desculpas por lembrar que nossa atenção agora, já não deve estar focada somente nos problemas internos de políticas públicas e da agricultura familiar do país, neste precioso espaço considerado de tão relevante importância, ao qual, temos a oportunidade impar de discutir problemas fundamentais sobre a sustentabilidade do planeta. Com todo o respeito a todos vocês, e ao que está se discutindo agora, lembrando que poderemos também discutir posteriormente em uma conferencia especifica a nível nacional, buscando ordenar boas políticas sociais e soluções a curto e médio prazo, necessariamente com o comprometimento e participação de gestores públicos. O Brasil como grande celeiro que é, e apostando na seriedade desta conferencia e do aprendizado que todos nós levaremos daqui. As ações que virão principalmente as que envolvem a segurança social, a saúde e a educação do país, sabem que será essencial para uma discussão posterior para que possamos desenvolver bons programas sociais, tanto na zona urbana, quanto na zona rural. Investir na agricultura tradicional mecanizada, tanto em grandes propriedades, quanto em pequenas, e principalmente na agricultura familiar, com foco na sustentabilidade, para daí promover a integração da zona rural, zona urbana e meio ambiente, como fatores preponderantes para coseguirmos o tripé para o equilíbrio, daí perpetuar a garantir a segurança alimentar no país e garantir a oferta de alimentos também para o mundo, visando um futuro melhor e infinitamente duradouro. No momento a palavra sustentável, utilizada tantas e tantas vezes neste seminário merece uma atenção maior sobre o seu real significado, é uma palavra que atinge uma abrangência global, pois nos faz ver que, atinge o bem estar de todo o planeta. Para se pensar em uma agricultura familiar sustentável, teremos também que garantir a demarcação de áreas ambientais, assim como parques, áreas de preservação permanente, áreas de beira de rios, lagos, praias e reservas ambientais, correspondentes a preservação permanente e demarcadas em todo o território nacional que agora estão sendo colocadas em risco de acordo mudanças no Código Florestal, todas deveriam ser severamente protegidas por lei, e que teremos a garantia de que serão respeitadas por todas as partes envolvidas. O mundo não gira só em torno do Brasil, para garantir este equilíbrio, devemos levantar questões urgentes e voltar nossas visões também para os problemas globais. O conceito de sustentabilidade em relação ao crescimento fica neste momento estacionado em uma zona de extremo perigo, decisões devem ser analisadas agora em conjunto. O Brasil entre outros países emergentes, avançam para se transformarem em super potencias mundiais. Para nós, é muito fácil prever este avanço baseado em nosso potencial, mas também prever os riscos deste crescimento, já que temos um rico território, com bastantes recursos naturais e tecnologia de ponta. Com as novas descobertas do pré-sal, que avalizam estas perspectivas, nos deixando tentados a avançar no crescimento e transformar o país em uma superpotência mundial, mas, ao mesmo tempo, devemos também pensar em sustentabilidade, e perseverar na ideia que ainda podemos decidir como chegaremos lá. Poderemos descer na grande onda consumista, que um dia irá arrebentar na praia, e desmanchar-se na areia, ou, por outro lado, podemos também, continuar navegando com segurança nas linhas sustentáveis do espaço em direção ao horizonte. Poderemos pegar grandes tempestades, e grandes vendavais, mas continuaremos navegando e avançando. Vivemos em uma época de mudanças climáticas, e previsões reais que oferecem dados reais e indicam números alarmantes de perigo e cataclismos. Com o crescimento demográfico em números geométricos, que irá chegar a pouco tempo, em um patamar insuportável de habitantes para os próximos anos, é inevitável não prevermos maus momentos, em um futuro próximo! Não precisamos ser nenhum profeta para afirmar que andamos a passos largos para um final nada animador, teremos sérios problemas de água no planeta e em algumas regiões como no nordeste brasileiro, que indiscutivelmente, hoje, já é uma realidade. Prever-se que o número de refugiados do clima agravará, e logo será também, um problema mundial, que já estamos vivenciando agora e só não estamos atentos. Quando haitianos refugiados de seu país, destruído pelos terremotos, desembarcam clandestinamente em território nacional em busca de abrigo e segurança, talvez prevendo que algo de muito sério ainda irá acontecer em seu país, em um futuro bem próximo e que, recentemente fora destruído e transformados em escombros. A Europa também já dar sinais de exaustão na economia, e alguns países encontram-se em sérias dificuldades econômica, Na áfrica pessoas já morrem de fome e de sede, e a desertificação é uma realidade global, assim como também o derretimento das calotas polares, que invadem os litorais de vários países e ilhas, que desapareceram em breve. Recentes pesquisas indicam que para a população mundial de hoje, [De acordo com dados da Divisão de População da ONU, em 2050 a população mundial deve atingir oito bilhões de pessoas na projeção baixa, nove bilhões, na projeção média, e 10 bilhões, na projeção alta. Nas previsões do FMI, a economia mundial deve crescer acima de 3,5% ao ano de 2010 a 2050. Isso significa que o PIB mundial vai dobrar a cada vinte anos ou se multiplicar por quatro até 2050. Portanto, o mais provável é que a Terra tenha mais dois bilhões de habitantes nos próximos quarenta anos e uma economia quatro vezes maior. O planeta suportará?] Mas nesta discussão a nível global, devemos buscar precaver-nos com ações imediatas para reverter à situação da perda da biodiversidade, visando recuperar o clima do planeta, e tentar estabelecer metas e compromissos internacionais visando cuidados e também restrições, demarcar espaços geográficos para a preservação e organizar uma política visando uma economia linear, equilibrada para adequar ao planeta. A pergunta recai sobre como podermos agir agora, para alcançar um futuro equilibrado? Muitos países apresentam gráficos de problemas irreversíveis, envolvendo a desertificação e a extinção de espécies, animais e vegetais que se encontram em risco de extinção, não só pela caça predatória e a captura artesanal ou industrial praticada com muito desperdício, como também pela perda de seu habitat natural pelo desmatamento e poluição de suas águas. Consumidos pelo crescimento exagerado dos recursos naturais, causado pela excessiva corrida para a fortuna sem limites, desenvolvida pela ambição desenfreada, que alimenta a posse e leva a uma busca cada vez maior em direção aos bens de consumo, que são extraídos desenfreadamente, cada vez mais dos recursos naturais do planeta. Países transformaram-se, em grandes produtores de lixo, contrariando o pensamento que Antoine Lavoisier, um dia citou, “que na natureza nada se perde nada se cria, tudo se transforma”, não se aplicando necessariamente ao homem no mesmo sentido, porque com o homem, tudo se transforma tudo ‘se cria” e a tudo se recicla, mas se jogados fora, a natureza os rejeita e a tudo destrói, a tudo se contamina. Julgando-se que, o acumulo de riquezas, está estreitamente ligado ao pensamento de que nos leva também, ao poder corrosivo que nos impulsiona para o abismo, interligado aos laboratórios que criam produtos transgênicos, produzem resíduos nucleares e dejetos etc., e estes, estão estreitamente ligadas, ao poder do capitalismo selvagem, onde o sucesso pessoal que degrada o bem coletivo e cria a miséria , a violência e a degradação ambiental, é [o “homem lobo do homem” Thomas Hobbes]. Enganamo-nos, se pensarmos diferente. No decorrer da história, percebeu-se que muitos impérios caíram por terra, e seus reinados afundaram, e novamente reinados ergueram-se, mas continuavam movidos pela ambição e pelo poder, subtraindo de uns, em detrimento de outros, criando descontentes que se rebelaram contra nações e tiranos que arrebatam o poder a qualquer custo. O poder nada mais é, do que a falta de reconhecimento da igualdade entre os homens, e isto os fazem competitivos e cada vez mais distantes da convivência em harmonia. A arrogância dos que se acham superiores pela cor da pele ou pela condição social, esbarra no fracasso. Grandes foram os homens que governaram com justiça, e dignidade, e que é lembrado com gratidão. À luz da humildade, a humanidade clama, por Aquele que nos ensinou sobre a igualdade e o amor ente as pessoas, e que ainda choram ainda a Sua vinda. O Brasil tem as maiores reservas de água doce, e de florestas do planeta, outros países tem as maiores geleiras, outros as maiores fonte de minerais, outros tem os maiores animais, outros tem as melhores reservas de gás e de petróleo, mas, todos tem algo em comum, que é o fato de sermos humanos e o fato de vivermos no mesmo planeta, regido por um universo, portanto, a luta é do homem contra o homem, na luta Contra a destruição provocada pelo próprio homem, não importando a cor, a origem ou a que etnia pertence. Não podemos misturar responsabilidade de preservar o planeta até a exaustão, culpar este ou aquele povo, ou quem destruiu mais, ou destruiu menos, o sentido de pertencer a um território ou pátria, neste caso, substituído pelo direito global, passando a valer o sentido de proteção ao planeta, porque este pertence a todos, e todos devem ter o dever de proteger a vida. Utilizando como exemplo o pensamento do grande chefe indígena americano, para ilustrar este pensamento, que fala sobre a teia da vida, como publicou Tiago Mendes de oliveira, em uma citação na página 10 deste congresso. A Carta do Cacique Seattle ao Presidente dos EUA: "Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos apenas para o sustento de nossa vida.(...) O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si. (...) A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará." Partindo deste pensamento do sábio indígena, Cacique Seattle, iremos para o campo da observação dos fatos, e a quebra de paradigmas. Se nós vivemos em um planeta que é regido por uma lei, à teia da vida, “tudo está relacionado entre si”, então não podemos permitir que ninguém tivesse o direito de decidir quebrar a trama desta teia, sem que a outros, prejudiquem também. Ou seja, devemos criar regras internacionais que dizem, sobre o respeito mútuo entre países, no que toca ao pensamento global que implica no que o chefe indígena falou. “Tudo quanto agride a terra agride os filhos da terra” País nenhum tem o direito de destruir seus recursos naturais, sem que estejam prejudicando outros, que tem o mesmo direito sobre o direito a vida, e que passam a serem prejudicadores, quando estes agridem o bom andamento do clima no planeta derrubando suas florestas, poluindo suas águas, ou bombardeando seus territórios. A minha humilde proposta é que se discutam regras de éticas internacionais, para o condomínio terra, e que se crie um conselho deliberativo com restrições, normas e regras a serem obedecidas por países, em relação a um novo comportamento global. E que estas regras estejam vinculadas a um comportamento comum, mas visando o bem mundial. Todos devem fazer parte deste conselho ou representados, e as decisões passam a ser unilaterais, mas obedecendo a critérios globais e não fronteiriços. Tratados devem ser criados visando o bom andamento de medidas adotadas em um novo cenário mundial. [“Vide, Código vital” Livro Rastros Sem Volta do autor], será inevitável para o bom andamento da vida no planeta, e para nossa própria sobrevivência. Por isto poderemos ver quais prioridades deveremos elencar para estabelecer metas, que definam sustentabilidade para as próximas décadas. Colaborando efetivamente em busca de melhores dias, agradeço, atenciosamente. Antonio Lourenço de Andrade Filho Ambientalista e cidadão do planeta terra

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