Até quando
vamos fingir que nada vemos, mas, até hoje os indígenas vitimas de
preconceitos, são tratados como subespécie humana, são perseguidos e expulsos
de suas terras, chamados de preguiçosos e ainda são mortos, como se a lei não existisse
para eles. Neste exato momento, podemos ver que a tribo dos Guaranis Kaiowas,
está sendo ameaçados e perseguidos em suas próprias terras, onde um determinado
Juiz Federal decretou a retirada da tribo de suas próprias terras, onde são
constantemente ameaçados por pistoleiros.
Sem saída, estão passando fome e desesperados, pedem a própria justiça que os
matem e os enterrem em suas próprias terras, pois não tem nem para onde ir. A
FUNAI, órgão federal, que apesar de ser criado e dirigido para proteger e para resolver assuntos indígenas, nada faz. A Justiça Federal do
estado de Mato Grosso do Sul, que parece movida por grandes interesses do agronegócio,
CNA, expede uma ordem irregular e arbitrária, para a retirada dos mesmos, mesmo
sabendo que está indo de encontro a Constituição Federal e ferindo gravemente
os direitos humanos, os direitos naturais dos povos indígenas.
Em que país pode acontecer tais atrocidades, senão no Brasil. Há pouco
tempo, um chefe indígena desta mesma etnia, foi morto em um ataque de
pistoleiros e seu corpo desapareceu, Nísio Gomes o Sorriso, assim como todos os
chamavam, como também outros componentes
do grupo, são vitimas de constantes ataques, e as poucas vezes que tentam sair
em busca de alimentação, são perseguidos , algumas vezes, crianças e adultos atropelados
propositalmente em rodovias. Jovens desanimados e famintos, suicida-se.
Sabemos
que estas notícias são abafadas, mas mesmo assim, são constantemente relatadas
através deste espaço. Pedimos as autoridades Brasileiras que não fechem os
olhos para este grave problema e procurem resolver de uma vez por todas estas
demandas, pois os indígenas, verdadeiros habitantes deste país, aqui estavam
antes mesmo de se pensar que havia um novo mudo a ser descoberto. Sabemos que a
terra pode suprir a atual população e sobrar espaço para a população indígena,
sem ser preciso tantas retaliações e perseguições, afinal estes são os
verdadeiros donos da terra.
Antonio Lourenço de Andrade Filho
Consultor Ambiental
LEIAM A CARTA FEITA POR UM COMPONENTE DA TRIBO?
Leiam a carta abaixo e tirem suas próprias
conclusões.
Nós (50 home...ns, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/ despejo expressado pela Justiça Federal de
Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, em 29/09/2012.
Recebemos esta informação de que nós comunidades, logo seremos atacada,
violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal de
Navirai-MS. Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça
Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os
nossos direitos de sobreviver na margem de um rio e próximo de nosso território
tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Assim, entendemos claramente que esta decisão
da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio/extermínio
histórico de povo indígena/nativo/autóctone do MS/Brasil, isto é, a própria
ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas.
Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos
a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território
antigo, não acreditamos mais na Justiça Brasileira. A quem vamos denunciar as
violências praticadas contra nossas vidas?? Para qual Justiça do Brasil?? Se a
própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós
já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo
em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto
aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados 50 metros de
rio Hovy onde já ocorreram 4 mortos, sendo 2 morreram por meio de suicídio, 2
morte em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.
Moramos na margem deste rio Hovy há mais de um (01) ano, estamos sem
assistência nenhuma, isolada, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje.
Comemos comida uma vez por dia. Tudo isso passamos dia-a-dia para recuperar o
nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay.
De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser morto e enterrado junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal, Assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem morto e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo de modo acelerado. Sabemos que seremos expulsas daqui da margem do rio pela justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.
Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil
Nós (50 home...ns, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/
De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs e avós, bisavôs e bisavós, ali estão o cemitérios de todos nossos antepassados. Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser morto e enterrado junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui. Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação/extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal, Assim, é para decretar a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e para enterrar-nos todos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem morto e sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo de modo acelerado. Sabemos que seremos expulsas daqui da margem do rio pela justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo/indígena histórico, decidimos meramente em ser morto coletivamente aqui. Não temos outra opção, esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.
Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil
Wesseny, bom dia? Sei que a situação em que se encontra seu povo, é degradante e humilhante, uma verdadeira vergonha para o nosso país, mas, não desista ainda sem uma boa luta, estaremos de seu lado, se caso precisar, mobilizaremos todas as etnias para que possamos ir a Brasília para rever esta decisão arbitrária, sabemos que por trás disto tudo, está um grande poder que é o CNA, que representa o agro negócio e já esteve querendo mudar o próprio código florestal em benefício próprio e de algumas empresas do agro negócio, sabemos que um juiz ao decretar despejo de um povo por estarem ocupando seu próprio território, não pode estar cumprindo a própria legislação do país e nem obedecendo o que reza nas leis dos direitos humanos universal. A meu ver, devemos tomar providencias para que o resultado desta decisão possa chegar à esfera federal em Brasília, para ser julgada devidamente pela Justiça Federal da União.
ResponderExcluirPeço a você que apresente imediatamente esta decisão a uma agencia da Procuradoria da Justiça Federal, juntamente acompanhado de um advogado ou através de uma ONG, para impetrar esta decisão. Se não encontrar alguém que o ajude, entre em contato conosco e tomaremos as devidas providencias aqui, em nosso município. Se em seu município não tiver um escritório da Justiça Federal, mande fotocópias de documentos sobre esta ação de despejo, que estarei tomando as devidas providencias aqui na Bahia, pois há um escritório da Justiça Federal e poderemos embargar esta liminar improcedente e arbitrária, e ver o que acontece. Mas te peço que seja um guerreiro valente e enfrente tudo sem desistir mesmo que seja até a morte, sei que não mais acredita na Justiça dos homens, mas lhe digo, ainda há pessoas honestas e você pode acreditar na Justiça de Deus, ele tarda, mas não falha. Atenciosamente de seu amigo.
Antonio Lourenço de Andrade Filho
Consultor ambiental / ONG OGTRECA