Meio ambiente talvez, quem sabe, sobre só a metade?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Protestos no Paraguaçu


        
   


































Viagem de volta,  manifestações e tensão na estrada!

     


No dia 26 de Setembro de 2011, na B.R 116, que liga à cidade de Salvador capital ao interior baiano, à altura do Município de Paraguaçu, uma multidão formou-se na entrada a leste da cidade para protestar em prol da construção de um redutor de velocidade: o famoso quebra-molas, solicitado à Via Bahia, concessionária e administradora da estrada, pois, no local teria acontecido vários acidentes fatais com vitimas, um dos quais, foi ocasionado pela alta velocidade de um carro de passeio guiado por pessoas, jovens moradores da cidade, que após ingerir bebidas alcoólicas esbarraram na traseira de um veiculo de carga causando a morte de seus ocupantes durante  o impacto.
      Já no dia 24 de Setembro mais um acidente no local acirrou os ânimos, revoltando a população que já havia comunicado o fato a administradora Via Bahia, sobre o perigo oferecido no local e também á Polícia Rodoviária Federal, pois segundo moradores, a negligência da administradora Via Bahia, levou a causar o atropelo de mais um morador da cidade, causando assim revolta de toda a população, que reuniu-se, para o imediato fechamento da rodovia  no intuito de conseguirem suas reivindicações.
       Mas, no ultimo domingo, dia 25 de Setembro, formou-se mais uma aglomeração de moradores e parentes das vitimas e lideranças da comunidade para unidos, manifestarem através do fechamento da citada BR, na intenção de impedir o transito enquanto não se construísse os redutores, pois, a construção dos mesmos, não foram concedidos a tempo pela administradora da estrada, que mesmo diante dos acidentes e tendo  feito promessas aos moradores, não construiu os redutores  a tempo causando um novo acidente, caso tivessem construído a tempo,  teria evitado novos acidentes no local,  já que as solicitações já haviam sido feitas com antecedência, mesmo porque, deve-se trabalhar preventivamente.
       Com a população revoltada  ficou impraticável um dialogo, e assim resultando no fechamento da rodovia até as duas horas da manhã de domingo, segundo informações local, causado pelo descaso  e morosidade da concessionária em atender as solicitações, provavelmente por ser em final de semana, assim adiaram para a semana seguinte, coincidentemente levando a mais um acidente, causando a morte do morador no sábado.
        Na segunda feira dia 26, as13 horas quando retornava para Jequié, adentrávamos nas imediações da cidade, quando esbarramos em uma fila de carros que já atingia um quilometro e meio. Ao longe,  vislumbrava uma enorme cortina de fumaça escura levada pelo vento, segundo experiência, parecendo fumaça oriunda de pneus queimados. A fumaça atingia quilómetros de distancia, pensamos ser até fruto de um grave acidente. Paramos o carro na fila e observamos por um longo tempo, logo, percebemos que alguns dos veículos de pequeno porte, aventuravam-se pela mão contrária e aproximavam-se até a  cidade, resolvemos fazer o mesmo no intuito de prosseguir a viagem, já que alguns carros conseguiam passar.
          Quando nós nos aproximamos, deparamos com uma multidão enfurecida que quebravam a pavimentação e queimavam grande número de pneus e outros materiais inflamáveis, levantando densa cortina de fumaça escura. Observando as imediações, havia um desvio a esquerda  da estrada principal,   entrando em uma vicinal, paralela a rodovia, estrada de chão, cascalhada, onde parecia que iríamos burlar o manifesto. Adiante, havia também alguns carros parados e  impedidos de continuar, pois havia mais um bloqueio, só deixavam passar ambulâncias, ou um carro ou outro que estivesse transportando enfermos e emergências. Havia alguns moradores revoltados que estavam dispostos a impedir a passagem de veículos a qualquer preço e impedir que alguém furasse as barreiras. Um senhor de cor negra, aparentando 65 anos de idade,   trabalhador rural e alguns outros rapazes moradores da região e meninos de 13 a 17 anos, menores de idade, os ajudavam e estavam ali gritando e ameaçando, qualquer um que tentassem avançar, seguravam paus e outros objectos, inclusive pedras, prometendo atira-las, caso ousassem enfrentá-los. Saltei do caro e dirigir ao grupo perguntando-lhes: o que haviam acontecido? Eles contaram a história e, disseram que só deixaria alguém passar, quando a empresa viesse fazer os redutores de velocidade, pois já havia acidentado varias pessoas daquela comunidade, inclusive alguns eram parentes. Disse-lhes comentando, infelizmente aqui no Brasil as coisas acontecem de maneira tardia, acontecendo  grandes prejuízos, muitas vezes por omissão, ou por falta de uma política preventiva, disse, dando-lhes razão, pelo simples fato de vivermos esta realidade no dia a dia. 
     Votando ao carro, resolvemos ganhar tempo,  deixamos estacionado em  local seguro, seguimos a pé até o centro da cidade que ficava a alguns metros do local onde paramos. Enquanto andávamos, prestávamos à atenção às pessoas falando e esbravejando próximo ao manifesto.  Passava das 13 horas e resolvemos almoçar no restaurante  da cidade no Posto Paraguaçu  para ganharmos tempo, enquanto surgisse uma solução, ou seja,  paramos onde  costuma parar durante as viagens de Jequié a Salvador.
        Após o almoço, deixei a família esperando no Posto  e fui ver como andavam as negociações, aproveitei para registrar os fatos registrando algumas fotografias. Pessoas gritavam e falavam mal, discutia entre si e falavam que iria quebrar tudo, alguns irados. Uma senhora esbracejava e alguns rapazes também, um deles, era um dos que eu havia encontrado e conhecido anteriormente, também estava ali, e reunia-se com outros, dizendo que iria botar para quebrar, pois a empresa Via Bahia, tinha prometido vir fazer o quebra-molas, e não tinha aparecido até então.   Tentando acalmar alguns ânimos dos que estavam ali perecendo comandar, exigindo o famoso quebra-molas. Perguntei: quem esta liderando o movimento? Disseram, é aquele rapaz ali, apontando para um homem de meia altura de cor parda, aparentava quarenta anos de idade.  Andava de um lado para outro, comunicando-se e acalmando os companheiros. Enquanto isto, a Policia Federal, que se fazia presente, também tentava  acalmar os ânimos, tentando negociar com um outro  homem, de cor branca, aparentando 45 anos. Ambos tentavam debater, cada qual defendendo um ponto de vista.  A polícia, falava que aquilo iria trazer mais prejuízos e poderiam acontecer acidentes piores, o outro falava que estavam cansados de esperar por uma solução e a empresa nada fazia, os ânimos se exaltaram para ambos, eu tentei mais uma vez acalmar, conversava com um, aconselhava outros, tentando equilibrar a discussão. Falando com um dos manifestantes, disse. Peça a garantia de um documento escrito e, peça a eles para assinarem um termo de acordo para fazer o quebra-molas. E falava também com a polícia, para assinarem um termo, enquanto resolvessem os problemas, ate liberarem a pista. Os policiais irritados, pediam então que eles parassem de cortar a estrada.  O homem que coordenava em favor dos moradores, dirigiu-se então para o grupo, tentando acalmar mais uma vez e mandando parar imediatamente as escavações, tentando com isto, tomar as ferramentas, alguns se recusavam a parar, ao mesmo tempo, muitos  outros gritavam palavras de avançar, continuando com as ferramentas em punho, escavando... escavando... enquanto as labaredas do fogo ardiam. O líder então disse, que iria se retirar e deixar para que eles resolvessem. Já que não queriam lhes ouvir? Neste momento, dirigindo a palavra a vários dos manifestantes, tentando convencê-los a parar, já que o acordo já estava em andamento. Um deles perguntou bruscamente, e quem é você? Eu falei que era uma das partes interessada, usuário da estrada e estava ali para ajudar na negociação com o pessoal da policia e da Via Bahia. Um dos que eu já havia conversado anteriormente falou, é mesmo, ele está ajudando. Neste momento após vários apelos, eles concordaram em entregar as ferramentas e alguns, juntamente com alguns  dos representantes da empresa Via Bahia e Policia Rodoviária Federal, para dar sequência às negociações. Formaram um grupo e dirigiram-se no próprio carro da empresa e também da P. R. F., na intenção de fechar a negociação nas dependências das instalações da empresa, que ficava ali próximo.
        Algum tempo depois, alguns começaram a gritar. Acabou... Acabou... Naquele momento voltei para a estrada vicinal, onde havia parado o nosso carro e avisei ao senhor que estava na barreira, onde varias pessoas estavam tentando passar.  Chegando também um carro com alguns jovens moradores e parentes do morto, para ir para o enterro, eles concederam a passagem. Em outro momento, com a aglomeração de novos carros que iam chegando, os ânimos começaram a  se exaltar e alguns diziam, ninguém passa mais aqui! Outro carro chegou! também transportando um enfermo, insistindo muito conseguiu passar. Enquanto isto lá na pista acabava de chegar o pessoal da empresa com um caminhão de água para apagar o fogo e outro caminhão, para iniciar as obras, acompanhadas de um grupo de trabalhadores.
     O cansaço daquela parada não planejada, também nus atingiu e nos enervou, querendo ser liberados forçávamos a passagem na estrada vicinal de encontro à barreira, impedindo outros carros de passarem, o velho negro, com a cara bastante fechada e balançando a cabeça negativamente, teimava em não deixar ninguém passar, negando os apelos à todos. Nisso, os carros se aglomeravam para que ninguém mais pudesse passar no intuito de forçar a abertura da barreira, fazendo pressão, para que abrissem  e pudéssemos prosseguir a viagem, afinal, foram três horas e meia naquela situação.           
      Finalmente, chegou um dos principais manifestante e mandou liberar a estrada, como já estava no inicio da fila, fomos um dos primeiros a passar, entramos na cidade e pegamos a pista em direcção a Jequié, após driblar a grande fila de caminhões que havia sido formada desde o inicio do dia nas duas direcções. Finalmente entramos na ponte do Rio Paraguaçu e começava a se distanciar da cidade, enquanto uma grande fila de carros ónibus e caminhões iam ficando para trás. Enquanto perseguíamos com a viagem de volta, observamos que a fila atingiu cerca de 20 km para adiante e para trás, em toda a  extensão de cada lado da estrada.
         Finalizando então, observamos que a concessão da Via Bahia para assegurar a conservação da estrada, ainda  é precária. No entanto, a arrecadação passa dos milhões, diariamente arrecadados, a estrutura construída para que eles pudessem trabalhar, é de primeiro mundo,  é um investimento que no momento só beneficia a infra-estrutura de cobrança do pedágio pela  empresa, enquanto a conservação da estrada... Resume-se na limpeza dos acostamentos, na sinalização ainda é precária e no transporte alternativo de suporte,  para prestação de socorro ao longo da estrada que  deixa a desejar,  quanto a estrada em si, resume-se no velho  “tapa buracos”  e recapeamento em alguns trechos da estrada que  carece de duplicação e uma nova pavimentação, estrutura de tele comunicação em funcionamento, e atendimento hospitalar de emergência adequado, para melhor atender os usuários em caso de urgência.
         O resultado deste manifesto em relação ao atendimento foi assegurado com a construção dos redutores de velocidade, mas, o prejuízo ambiental para o planeta, foi péssimo, pois a fumaça oriunda da queima de pneus, deixada na atmosfera, foi muito grande, contribuindo para o aquecimento global.            
        "Seria bom que no futuro, as soluções sejam mais bem planejadas para servir aos usuários da estrada, para que não ocorram acidentes. Aos manifestantes, que sejam mais coerentes com o meio ambiente e façam barreiras ecológicas, sem o uso de fogo, pois no final das contas, todos perdem? E aos motoristas, que evitem beber para dirigir, pois com quebra-molas ou sem, sempre irá ocorrer acidentes, e neste sentido, vidas seriam poupadas. A Polícia Rodoviária Federal, agradecemos pela vontade de atender aos usuários e actuar mais educativamente em todas as estradas brasileiras.

                                             António Lourenço de Andrade Filho
                                                         Ambientalista



















































A alma de um homem está na sua consciência, de onde  ele tira o bem e o mal. Geralmente o bem é  á dadiva divina, que todos trazem dentro de si e o mal, é apenas a borra de seus pensamentos quando a alma não tem a luz divina

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Conferências ambientais, quando será?


Jequié 27 de Setembro de 2011
                                    
                                    Carta ao povo Brasileiro


                                        Titulo / E as conferências do meio ambiente onde ficam?

     Já fazem mais de três anos que tivemos a ultima Conferência Nacional de Meio Ambiente e,   assuntos de grande relevância que costumavam serem debatidos nas plenárias com a participação coletiva da população, representações do poder público e setores empresariais, ficaram agora restritos a mercê dos acontecimentos e resoluções exclusivamente nas plenárias do poder público do legislativo e de interesse de empresários. Sem a devida discussão com a coletividade e representantes da sociedade civil organizada, comunidades, representações e grupos étnicos, ficando a preocupação: Que assuntos de grande relevância como a mudança do Código Florestal, Hidrelétrica do Xingu e outros assuntos como catástrofes, que também deveriam ter sido discutidos e tratados nas plenárias das conferencias no intuito de buscar soluções, se fosse o caso, mesmo após exaustivos debates, o que não aconteceram.
           Nos três últimos anos o país passou por inúmeras crises climáticas, tendo como exemplo, as enchentes consecutivas no estado de Santa Catarina, Rio de Janeiro e Pernambuco, onde enfrentaram grandes prejuízos e um número expressivo de vitimas, assim como também em  outros estados afetados.
              É de suma importância que assuntos como estes,deveriam ter sido debatidos e discutidos nas plenárias das conferencias, tanto quanto fossem exaustivos, a nível municipal, estadual e federal, extraindo daí um documento que seria apresentado no evento Rio + 20 em Maio de 2012! O que não aconteceu. Isto nos preocupa muito e nos deixa perplexos, não só com a falta das discussões que envolveriam toda a problemática ambiental, em ações locais como sabemos, mas com reflexos em sérios problemas climáticos globais. Assim, com a falta de tomada das decisões locais de importância fundamental para as ações globais, pois teria viabilizado um documento para ser apresentado no evento (Rio + 20), igualmente, com a presença da comunidade global, já em maio do próximo ano, fica quase impossível um debate, o qual, o Brasil possa sair na vanguarda como liderança deste evento, assim como  também, fica apenas  a apresentação de um singelo questionário apresentado em caráter de  urgência no requerimento, que deveriam serem tratados antes, e discutido com toda a sociedade brasileira.   Tais ações e assuntos pertinentes ficaram restritos as dependências governamentais, como também as resoluções e a seriedade no mesmo.

       A mudança do Código Florestal e a construção da hidrelétrica de Volta Grande do Xingu são exemplos claros e de fundamental importância, de decisões que foram tomadas arbritariamente, estas, careciam de grandes discussões coerentes, carente da importância e da presença das comunidades indígenas, a qual não houve nenhum convite para uma discussão, e eventuais apresentações de suas reivindicações, através de seus representantes legais para apresentar soluções para suas dificuldades territoriais e propostas de soluções,  assim como também da representação das comunidades envolvidas, juntamente com à presença do ministério público, FUNAI e demais órgãos, como manda uma legitima democracia.
    Acontece que, assuntos tão polêmicos como estes, que são cercados de grandes preocupações não só em torno do assunto em si, como também com a ausência da parte interessada, o povo indígena das diversas etnias envolvidas e excluídas de todo o processo de tomada de decisões, principalmente com os licenciamentos ambientais, promovidos pelos mesmos construtores, licitatórios e interessados no evento e na rápida aprovação dos licenciamentos dos  mesmos.
   Grandes expectativas e medo envolveram as decisões, preocupando todo o povo do Xingu, principalmente a população indígena, envolvendo as suas comunidades, seus costumes, sua cultura e sua gente que nunca foram tratados seriamente e devido respeito.  
        Assunto tão polêmico e a forma como está sendo tratado e o desdém apresentado pelo Governo Federal, com a exclusão da vontade indígena e da forma como estas ações estão sendo planejadas, prometem um cenário preocupante. A Hidrelétrica de Volta Grande do Xingu voltando com carga total, apressa um licenciamento, sendo um assunto tão polêmico, impacta a região, preocupa toda a comunidade indígena.
      Assim como também ocorrerá com as promeças de construção de varias outras hidrelétricas, em toda a região amazônica, construções de ferrovias, que atravessam o país de ponta a ponta, usinas nucleares, termoelétricas e promeças de estradas, adentrando-se na região amazônica em direção a outros países, como a Bolívia, todos estes  tendo seus licenciamentos ambientais de maneira contraditória e polêmica.   Muitas outras obras faraônicas e de grande impacto ambiental nos leva a advertir que, estes assuntos já deveriam ter sido discutidos de forma organizada e participativa, buscando soluções sustentáveis.  Estamos bem próximo do evento da conferencia, Rio + 20 em 2012, que envolve a participação da comunidade internacional para uma avaliação de um suposto progresso entre as conferencias do  Rio 92 e Johanesburgo 2002. Informações deixam-nos muitos apreensivos e exitosos com os resultados. O crescimento espantoso dos problemas narrados na  Cop 15, em Copenhagen, deixa claro que as metas não estão sendo cumpridas em nosso país e no mundo, com as crises econômicas causadas com a falta de falta de recursos naturais, assim como também em nosso caso, com as metas declaradas pelo INPE, que foi de - 45% de desmatamento, agora houve um aumento de +80%. E isto explica tudo.
         Eventualmente, para podermos  fechar os olhos para o problema. Participar e apresentar metas em um documento de adequação ambiental para os próximos anos com a participação coletiva, ficou descartado. Nada foi feito para que de alguma forma pudéssemos rever nossas avaliações e possíveis progressos e reajustes no termo de conduta ambiental a contento, através das conferencias, ficando as resoluções e as ações a mercê dos critérios e da vaidade e  vontade política. É necessário que de alguma forma possamos mudar estas atitudes de nossos governantes e sabermos escolher pessoas integras, que trabalhe pela justiça social e pelo bem estar da sociedade e não em causa própria. Neste momento, esperamos que alguns documentos, que fossem apresentados pela organização deste evento, esperaram seja de forma clara e sucinta, mesmo que seja através das apresadas consultas públicas e dos questionários do evento. Deus queira que possamos apresentar um documento real, que possa nos ajudar nas Conferências futuras, e dar um norte para estabelecer a nova agenda internacional para um  desenvolvimento sustentável de verdade,  para agora e para os próximos anos. Só nus restando perguntar, como o Brasil poderá apresentar tais propostas para uma agenda de vanguarda, se o povo não contribuiu para discutir esta agenda. Esta é a nossa moção de repudio às ações políticas, sem a participação efetiva do povo que os elegeu,adimitimos e afirmamos, não são espelho para uma democracia verdadeira.

                                                                     Atenciosamente.

                                                Antonio Lourenço de Andrade Filho
                                                                     Ambientalista


FAZER UM COMENTÁRIO EM

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POEMA OBSERVAÇÕES CORRETAS

Quando vejo! Não vejo mal.
Vejo que as coisas não vão bem, e nada posso fazer, apenas vejo.
Quando ouço!Não ouço mal.
Fico indignado com tais absurdos, e tristes apenas tento esquecer.
Se pudesse falar!Não falaria mal.
Não posso falar, Não sei falar, apenas grito, mas não sou entendido.

Se nós pudéssemos falar, diria que, embora forem animais irracionais, saberíamos, o quanto poderíamos ensinar ao Homem, a serem mais racionais, e não destruírem o planeta!


Nossa casa!
                  Nossa vida!
                                 Nosso lar!


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Novo Mundo






 Embora vivam  no futuro, no passado viveram civilizações do futuro, que estavam harmonicamente ligados a natureza.
    Se quisermos salvar o planeta, deveremos resgatar esta filosofia e tentarmos descobrir um novo futuro, ou se continuar como estamos , ficarmos perdidos no passado, sem ter vivido um  futuro melhor. 


Antonio Lourenço Filho


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Poema Universo Magnífico

Poema Universo Magnífico
Ó! Magnífico azul e profundo infinito
Amparo de estrelas mágicas e douradas, que brilham distante
Na improfana estrada rastreada e imponente, na imensidão da via láctea
Que inebriante e prateada avança, em direção ao desconhecido
Caminhos ocultos, e sonhos longínquos, percorridos pelas carruagens de anjos e arcanjos
Deuses e guardiões do universo, meu Deus, confunde-se até com a mitologia grega
Pirâmides egípcias demarcam os incógnitos hieróglifos em conflitos
Apontando para os céus infinitos
Quiças mistérios do universo sem explicações, estampado no mar de reflexões
Quem será que tem a chave do baú, que trás os tesouros e os segredos perdidos.
Maias, Astecas ou Incas, quem terá perdido afinal, os estudos da prospecção
Onde há um espaço celestial, onde o Deus criador, domina todo o universo
Distribui em cascatas de luzes, para nós, milhares de bênçãos
Nos atingindo em cheio, em brilhos estrelares de vulcões constantes
Que nos fazem pensar, sobre o que não se pode nem imaginar
Não vamos cair no abismo, portal do universo perdido
Quando nós, até nós perdemos, nos emaranhados neurônios de nossos próprios pensamentos
Por que então afirmar conhecer, se ainda está infinitamente perdidos
Se nós, ainda nem nos encontramos, igualmente, desconhecidos de nós estamos
Então como posso ultrapassar o obstáculo e sequer, confirmar, sobre o abstrato infinito
Se nós mesmos estamos aqui, aflitos, perdidos, nos enigmas da vida

Quando talvez pensemos poder estar arriscando, ou afirmando, em quase domínio total
Não estando sequer nem em nossa compreensão, e nos escorregam as mãos
Como tentar então imaginar, sobre os segredos do incógnito infinito, sequer e pensar
Quando ainda não desvendamos o aqui pertinho, e surreal, a nosso van imaginação
Sejamos humildes senhores, ao menos... E cuidemos do nosso próprio mundo então

Quem sabe amanhã, seremos seres bem melhores e perfeitos
Ao invés de querermos melhor mundo para nós, "os seres".
Saiamos então de detrás das trevas, que nos faz ambiciosos e imperfeitos destruidores
Da perfeita vida que gratuitamente nos foi doada
Daí poderá então, surgir uma luz no final do túnel.
Antonio Lourenço Filho

sábado, 10 de setembro de 2011

Lamentos da Terra

Poema, lamentos da terra

O tempo é apenas mais um momento, mas quando se perde o momento, ficamos presos no tempo.


O vento uiva baixinho
Com sussurros e lamentos
E chega bem pertinho de te
Cochichando e chorando
Conta-te todos os teus segredos
Escondidos nas montanhas


Entre pedras e entre rochas
O riacho chora, ao rolar
Choram Lagrimas, águas de dor
Respingando-as, lá na terra
Molha o chão e cria musgos
Onde nasce a relva verde
Convidando-te a deitar-se

Um tapete, um leito vivo, esperanças
Deite, para que possa repousar
Não espere um novo dia
Até o sol clarear
Quem sabe tu acordas
E então se arrependerás



Lembrar-se-á da mamãe terra
E do Amor por teus filhos
Desde a aurora da criação
Oferecendo-lhe tudo enfim
Mesmo assim, tudo lhe tomarão





Você Parece tão distante
Que custo até a acreditar
Mesmo estando tão pertinho
Não consigo te tocar
Lanço apelos de socorro
Você parece nem ouvir


Lixos, Entulhos jogados ao chão
Destroços de montão fervilha
Chuvas que os levam para os rios
E atormentam as águas do mar
Alimento virtual... Animais mortos... Extintos
Enganados e mortos, estão
Ó! Quanta ingratidão


Se eu morrer, tu morrerás
Ainda que eu viva, tu agonizarás
Mas, lembrar-se-á de mim a cada dia
Eternamente, poderiam
Viver em toda a terra se se preservar
Lembre-se que aos pouco, mim matastes


Chorei, em fogaréus
Tremendo em terremotos
Afogando em maremotos
Deslizando sob os céus
Soterrando os teus corpos
Em terríveis vendavais

Queimando nas minhas entranhas
Como fogo de vulcão
Ao cunho de machado
Ou a golpes de facão
E o rasgão dos arados
Desmatando em erosão

Sob as esteiras dos tratores
Toda a vida destroçou
Por mais que vós tivestes motivos
Justificar! Pode Ser tarde demais
Reverenciou-me todo seu egoísmo
E nada a te restará neste chão

Amanhã, cairás sob a tua própria cova
E não te salvarás da lapide fria
Lembrar-se-á de mim em teu tumulo
Pois onde tu estiveres
Sempre, Estarei sob vós
Do pó vieste, e ao pó voltaras

Mas porque de mim não cuidou
Jamais renascerás
Viestes nus, a mim
E nus voltarás
Adeus... Ou até logo... Ti escolherás.


Antonio Lourenço de Andrade Filho

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SOS XINGU // SOS XINGU // SOS XINGU

==================================================
// SOS XINGU// SOS XINGU// SOS XINGU//SOS XINGU //
==================================================

A falta de respeito com que o povo indígena no Brasil é tratado, remonta a época em que foi invadido pela colonização européia, mas, não devemos insistir e deixar que pessoas eurocêntricas, que ainda tem na mente o poder e a dominação como argumento maior, impor violentamente conceitos capitalistas radicalizados e enraizados até o pescoço em outra cultura, sem perceber que insistem em tentar impor a este povo, que se acham pertencer a natureza e filosoficamente se acham parte da terra, não tendo a mesma como sua e, exigindo-a como sua propriedade e sim, considerando-se parte dela .
O direito natural deste povo parte da premisse que sejam respeitados como tal, e a nós, não tentar impor e mudar seus conceitos, tentando inserir violentamente um choque cultural de um mundo alienígena como o nosso, que os conceitos partem do ter e não do ser.
Se alguém que seja brasileiro, e que tenha fortes raízes neste povo, pergunto, como poderemos nos respeitar como nação e cultura civilizada, se ainda deixamos que pessoas de mente tacanha e que servem ao clientelismo eleitoreiro e se vendem em barganhas com empresas, as mesmas que vão construir, são as mesmas, que expediram os licenciamentos de impactos ambientais para si, construtores, desfazer e desrespeitar uma nação nativa da terra, seus habitantes por direito e que são seres da própria terra. Ser retirados para serem jogados nas sarjetas das grandes cidades e miscigenados na própria pele, que dantes deles foram tirados, “nós os mestiços”, ainda que tenha passado quientos anos, temos uma enorme divida social e a nós nos foi deixado, um pouco do resquício da vida harmoniosa com a natureza em nosso ser e no nosso sangue. Que, diz a história, foi escrita com o sangue deste povo nativo, desta terra.


Antonio Lourenço de Andrade Filho
===============================================
SOS XINGU // SOS XINGU // SOS XINGU // SOS XINGU
===============================================

domingo, 4 de setembro de 2011

Chuva das Águas nas Caatingas

Chuva das Águas nas Caatingas



Naquele instante, olhando na vastidão do horizonte, montanhas!
Vislumbrando contornos, só alcançado pelos pássaros que vivem naquele lugar
Local de difícil acesso
Mistérios que a vida contempla
Lançando-me perguntas, difíceis de responder
Perplexo, diante de tal majestade
Simbolizando a grandeza do criador
Mas, herança que nos foi dada
E que a tudo devemos fazer
Para que outros, no futuro a contemplem também



Enquanto nuvens carregadas passam, levadas pelos ventos do Norte
As cigarras cantam ruidosamente, anunciando que algo vai acontecer
Pássaros emudecem, num gesto de respeito, segurando o seu canto para depois
Uma rã coaxa no gravatá, anunciando que poderá chover
Dizer dos mais velhos
Observando ao redor, formigas apressadas, aos milhões
Parecem mudar, prevendo talvez que aquele local não é seguro



O sol brilha e esquenta a terra que já está ressequida
Morta de sede, rachada, o calor incomoda
Num ato de sobrevivência, a vegetação seca parece hibernar
Garranchos secos parecem mortos, adormecidos
Cantando uma musica o vento e espalha folha secas
Que estalam deslizando pelo chão
Um redemoinho levanta pequenos ciclones, que parecem levá-las para passear
Até muito alto e descem flutuando por todo lado



Quem está descansando, após um árduo dia de trabalho
Naquele instante, só ouve o zumbido de uma mosca verde
Que insiste em dar vôos rasantes em sua volta
Queimou goivaras no sol escaldante, fumaça que desapareceu no horizonte
E olhando na imensidão daquele lugar!
Imagina a plantação que acabava de fazer
Lavrou o solo, jogou a semente, o suor derramou
Agradecendo num gesto solene
Tirou o chapéu
Olhou para cima, estendeu o braço!
Reverencia, pedindo a proteção do Senhor



Mês de setembro, inicio da primavera, hora de renascer
Nuvens se aproximam ameaçadoramente
De repente um estrondo, trovões rugem na vastidão das montanhas
O céu parece rachar e rasgar
Uma luz corta o ar, desce para fertilizar a terra
Pingos fortes descem sucessivamente, vão se chocando ao solo
Uma ventania parece levar tudo, e passeia fortemente dentre as arvores
Retorcendo-as e quase as levando de encontro ao solo
Folhagem, quebra de galhos, arvore quebradiça
Açoitadas pelos ventos fortes, que esborrifam água
Por todo lado, num cenário ameaçador


Passando o primeiro momento, o céu se deságua em cortinas de chuva
Inundando tudo. Agora cai mansa insistente
A noite, através do velho telhado
Vêem-se os clarões
A chuva avança na madrugada
As águas derramam na bica transbordando os tanques
Que logo se trasbordam as fenda
Que transbordam os córregos
Que transbordam o lago
E descem para o rio, que ruge em direção ao mar
Levando entulhos, troncos, e descem as águas
Caudaloso rio, quebrando barrancos, lambendo as rochas
Espumando, das águas barrentas
Algum tempo depois, não sei quanto tempo
Não sei se horas, se dias, se meses
Só sei que a vida brota, o verde aparece, as folhas e as flores orvalhadas
Enfeitam as arvores que renascem
Outro anoitecer, vaga-lumes piscando na noite
Coaxar de sapos nas lagoas, tamborilando de diversas maneiras para o acasalamento
Na madrugada o corujão com seu canto misterioso
Transforma a noite num cenário de ilusões

Numa manhã, o solo devolve as nuvens
Que parecem brotar das montanhas na vastidão do horizonte
Levando-as de volta para o céu
O sol acorda com um brilho diferente
Lançando os seus raios dourados na manhã
Os pássaros cantam, os animais nascem sadios
As abelhas e borboletas perpetuam as espécies
Com o néctar retirado das flores
Como a beija-flor solitária, que com seus silvios anuncia sua presença
E logo some velozmente à procura de novas flores

Os lagos e os rios agora enfeitados de linda vegetação
Renascem apresentando toda a beleza de plantas aquáticas que florescem
E aves que passeiam com suas longas pernas em busca de alimento para seus filhotes
As libélulas voam sob a água, dando toques sutis
Até o solitário gavião, espreita encima do galho seco, toda aquela beleza
Assim sim, assim foi assim será... Será?
E nós? Será que nós não sabemos?
Que de onde nós viemos...
Que se a natureza não preservar
O futuro parece parar
Num curto espaço de tempo
Quem sabe
Amanha nada disso haverá?



(Antonio Lourenço de Andrade Filho)




Este poema retrata a alegria de viver na Caatinga, que depois de grande jornada de seca de repente renasce, transbordando de beleza em todo o seu esplendor na época de chuvas das águas e, só quem vive lá, conhece o verdadeiro significado das chuvas e da preservação ambiental, não só de seu bioma, como também do seu povo e de seus costumes. De maneira cruel e com a má utilização da terra vão se esgotando os recursos naturais e pondo em risco toda a biodiversidade local.



Jequié
16/09/2008